sexta-feira, 18 de agosto de 2017

MEDO

Esse mês eu tive muito Medo


E o que pode ser feito com isso? Foram momentos de desespero, mas que tinha amigos queridos por perto.

Médicos competentes, médicos ruins, família em apoio mesmo que distantes, amigos do lado.... Cuidando e conversando comigo. 

E claro, que o meu marido Ramon, maravilhoso ao meu lado até agora, graças a Deus.

Vou explicar para quem quiser saber... Dia 29/07/2017 tive uma crise, dentro do Jardim Botânico. Estava com meus amigos Larissa e Gabriel e claro meu fiel companheiro Ramon, que já havia voltado de SP por eu ter passado mal antes. 

Essas pessoas são meu maior orgulho. Durante o passeio (onde achei que fosse melhorar)tive que pedir umas pausas para sentar.

E depois de algumas horas comecei a ficar paralisada, sem conseguir falar, mãos e braços travados, literalmente muda e sem ao menos me comunicar nem por papel.

Digo que a partir daí eles tomaram conta e no hospital acharam ser um AVC.

Nesse momento eu não sentia nada ,,,,,, mas pela cara dos meus amigos era sério.

Lembro de quase  nada, só do que já aconteceu no quarto. UTI foi apagado.

Mas me lembro do MEDO. Agora estou em tratamento básico até saírem os resultados dos exames o que pode demorar uns 15 dias.

E ainda estou com MEDO, tenho Glicose com mais de 500, mesmo na dieta, fico muito tonta com tudo, hoje cai no banheiro e tive que ter ajuda para levantar.

Vou ter que voltar a usar muleta, tenho MEDO de que meu trabalho perca interesse em mim e como toco essa doença (já conversamos sobre isso, mas tenho MEDO de cair na caixa) e de perder o bonde.

Tenho MEDO de que outras mulheres passem por um câncer de Mama por falta de informação ou por pura preguiça de se tocar.

Tenho MEDO de fazer os exercícios errados ou sem vontade.

Tenho MEDO dos dias em que estou exausta... quase todos por causa dos remédios.

Eu só não tenho medo de morrer, porque isso vai acontecer hoje ou amanhã, então ok, mas HOJE, eu queria estar bem, trabalhando, tomando um vinho, rindo e sem MEDO.

Isso é possível? Agora não.

Semana passada, eu e Carla San, mediamos uma palestra de motivaç˜ão e automotivação e foi lindo!

E como fazer isso comigo agora? Sendo que minha motivação é o trabalho e ajudar aos outros e agora eu que preciso de ajuda....

Comecei a ver fotos, fazer album com o foco no Rio de Janeiro, ver filmes antigos.... tudo que possa me tirar da cabeça a palavra MEDO!

Mas você acha isso possível?

O mais importante hoje para mim e ter a mente viva e o corpo de pé!

Isso eu vou conseguir mesmo na marra... com MEDO ou sem.

Só me preocupa o tempo agora.

sexta-feira, 12 de maio de 2017

Saudades no peito

Hoje estou exausta, cansada mesmo...  e só pensando em saudades.

Saudades de mim, das minhas forças das minhas terras, dos amigos, da família, do amor, do toque, do cheiro, da leveza, da dança, da bebida, da risada, da estrela, do céu, do dengo, do olhar, da vida que eu vi passar.

Hoje, penso no futuro que não tenho e no futuro dos que têm. 

Onde está à arte em tudo isso? Como não desanimar? Café?

Como não surtar? Como não engordar? Como não se sentir culpada? Como motivar? Como se motivar? Como levantar? Como estar presente quando sua alma voa longe?

Nenhuma resposta aparece é só o som que cobre esses anseios. O sotaque me alenta!

Gosto de você meu amor para mim! Frase das mais lindas do mundo.  Hoje quero ser egoísta e pensar só em mim. Sem você, vocês, eles, elas.... Só eu. Pode?

Cadê a arte? O amor? A alegria? O motivo de estar?

Não quero sumir ou deixar algo irrelevante. Para isso preciso de forças.

Hoje sinto que preciso deitar e dormir. Sonhar como os justos, beber como os inconsequentes, comer como o glutão, dançar no chão e correr pela orla.

Tem que fazer sentido?

Acho que não.


Ouvindo “Jogo do peito” da Orquestra Contemporânea de Olinda.